A campainha tocou. Anne foi correndo até a porta esperando que fosse Rafael. Mas para surpresa mas não menos esperada, apareceu Juliana.
_Eu Anne. _Disse Juliana com sua beleza grosseira.
_Hei Ju, entra. _Disse Anne feliz por receber a amiga.
Juliana passou pela porta cumprimentou a amiga e lhe entregou um vaso de vidro para o centro da mesa da sala.
_O quê é isso Ju? Não precisava. _Disse Anne ao pegar o vaso que ainda estava com um laço em volta.
_Imagina Anne, agora tu tá de casa nova, precisa de algo mais família, algo que te lembre de algo legal. _Disse Juliana. _Esse ai era nosso lá no castelinho lembra?
Anne olhou para o vaso e se lembrou perfeitamente do artefato que ficava no meio da sala, do amado castelinho onde ela morava com a amiga em São Paulo.
_Claro Ju, como eu poderia esquecer. _Anne disse feliz pelo presente que lhe trazia tantas recordações boas. _Nossa eu nem sei o que dizer, adorei o presente, me fez lembrar de muitas coisas legais, eu adorava aquela casa.
_Eu também. _Disse Juliana.
_Aham. _Disse Anne ainda encarando o vaso. _Mas entre Ju, pode sentar, a casa é sua também.
_Obrigada amiga. Onde coloco isso? _Disse Juliana andando até o sofá e mostrando a bolsa para Anne.
_Ah, joga ai em qualquer lugar mesmo. _Disse Anne sem olhar, e ainda encarando o vasinho.
Como se o vaso fosse quebrar com um toque mais forte, Anne o levou devagar até o centro da sala. Era mais do que um vaso para ela, era uma lembrança. De uma vida antes sem problemas, onde ela ainda tinha o filho, uma casa, uma amiga e era mimada por todos, com medo do que pudesse acontecer com ela. Como se isso ainda não acontecesse.
_Nossa Ju, adorei que você trouxe o vasinho. Eu adorava esse vasinho. _Disse Anne que não cansava de demonstrar sua felicidade em receber o presente de Juliana.
_Quê isso amiga, ele sempre foi seu, eu só estava esperando tu se firmar pra poder te dá-lo de volta. _Disse Juliana enquanto Anne depositava o vaso com cuidado no centro da mesa da sala.
_Pronto! _Disse Anne com um sorriso. _Ficou lindo ai, bem no centro como era na nossa casa antigamente.
_Ficou ótimo amiga. _Disse Juliana sorrindo junto com Anne.
_Estava com saudades suas já Ju, muito tempo que não vem aqui. _Disse Anne. _A última vez foi no dia da mudança não foi?
_Acho que sim. _Disse Juliana. _Mas tu sabe né? Vida de publicitária ninguém merece, é tudo corrido, em cima da hora. A gente não tem vida social, não dá tempo.
_Eu imagino. _Disse Anne. _Ai, eu queria ser assim igual a você, mulher de negócios, ocupada, daquelas que sai correndo pelas ruas atendendo telefones importantes, marcando reuniões, indo nas melhores festas, tudo isso e mais. Queria ser ocupada.
_Não é tão mágico assim não viu. _Disse Juliana.
_Deve ser perfeito, igual no diabo veste prada, eu não sei do que aquela menina reclama tanto, ela tinha o emprego dos sonhos, uma carreira, em vez disso escolheu o amor. _Disse Anne.
_Mas eu estou bem longe de ser a Anne Hathaway. _Disse Juliana.
_Pois eu bem que preferia ser Anne Hathaway do que Marrie. _Disse Anne desanimada.
_Tu é tão boa quanto ela amiga. _Disse Juliana. _E só fala que queria ser assim, por que como a personagem, você também escolheu o amor, do que uma vida.
_E é óbvio que eu me arrependo né Ju. _Disse Anne. _Olha você, escolheu a carreira e hoje está ai bem da vida, podendo se dedicar a qualquer homem.
_Quisera eu me dedicar a qualquer homem, e de preferência um que eu queira. _Disse Juliana. _Os que eu quero não me querem por que não aceitam me dividir com o meu trabalho.
_Meu Deus, então é verdade. _Disse Anne. _A história do livro é verdade?
_Mas sem a moral no final. _Disse Juliana.
_Mas tua história ainda não acabou. _Disse Anne. _Você pode encontrar alguém que te aceite você como você é, com teu trabalho e tudo.
_Deus te ouça amiga, mas tá difícil. _Disse Juliana.
_Sorte pras duas. _Disse Anne.
As duas sorriram.
_Eu não vou nem perguntar por que você não seguiu alguma profissão né? _Disse Juliana. _É obvio que não deu tempo de fazer anda, mas tu não disse que ia começara a faculdade de moda aqui?
_É, vou prestar vestibular no meio do ano que vê, não deu tempo de estudar então eu resolvi esperar pra eu estar mais preparada. _Disse Anne. _Por enquanto eu estou fazendo um curso de modelista. Até que estou me saindo bem.
_Que bom amiga. _Disse Juliana. _Tenta mesmo, tenho certeza que tu é um talento perdido. Sempre foi boa com essa cosias de moda, vai tirar de letra. Dom você tem.
_Obrigada amiga. _Disse Anne. _Mas como tá tua vida amorosa Ju, tá sem ninguém mesmo?
_Sério Anne. Eu não disse brincando não. _Disse Juliana. _É difícil ter tempo pra sair, pra arrumar alguém. Já namorei todo mundo da agência, mas eles são uns idiotas, não dá pra ter anda sério com eles. Só tive um namoro sério desde que mudei pra cá, e só durou porque ele era muito bonzinho, nem eu agüentaria tanto tempo. Tipo, a gente não se via durante a semana, eu chegava ele estava dormindo, eu levantava ela já tinha saído, nos fins de semana eu tinha reuniões pra conseguir as contas da agência, tinha vezes que ele me acompanhava mais coitadinho ele ficava deslocado.
_O que ele fazia? _Perguntou Anne.
_Ele era vendedor, numa loja lá no centro. Então tinha que dormir cedo e levantar cedo pra trabalhar, a gente nunca se via. Horrível, foi até melhor que acabou pra ele ter alguém melhor. Não eu. Eu não merecia tanto e ele não merecia tão pouco.
_Nossa Ju! _Disse Anne.
_É bonitinha, ainda quer ser uma mulher bem sucedida? Dá trabalho, e tu fica sem transar.
Anne sorriu.
_E tu amiga, depois do Humberto quantos já te levarão a loucura? O cemitério deve estar sem lugar já. _Brincou Juliana.
Anne sorriu da piada.
_Agora é engraçado não é? _Disse Anne sorrindo. _Mas não foi nada fácil o que aconteceu comigo e com o Humberto.
_Eu lembro né amiga. _Disse Juliana. _Eu estava lá, ele era o meu namorado.
Anne sorriu novamente.
_Mas isso não foi tão engraçado. _Disse Juliana séria.
Anne parou de rir aos poucos ao notar que Juliana ainda se sentia magoada com o que aconteceu. Juliana olhou pra amiga e em seguida começou a rir.
_Enganei você né amiga? _Disse Juliana sorrindo.
_Credo Ju, tu me assustou. _Disse Anne sorrindo também. _Eu pensei que tu tinha raiva de mim ainda por causa disso.
_Imagina Anne. _Disse Juliana. _Eu tenho que te agradecer, aquele idiota quase me matou, e graças a ele eu não posso mais ter filhos. Você me salvou de coisa pior, eu estava cega por aquele idiota.
_Te salvei não. Na verdade eu nem pensei em você Juliana, eu queria ele, se você estava com ele isso pouco me importava. _Disse Anne. _Acabou que o que ele não fez com você ele fez comigo, acabou com a minha vida.
_Você acabou coma dele. _Disse Juliana. _E eu te agradeço por isso.
_Ai pára Ju, agora todo mundo fica me agradecendo por eu ter matado o Humberto. _Disse Anne. _Eu não fiz aquilo por ninguém, eu fiz pelo meu filho e por mim.
_Eu sei amiga, desculpa. _Disse Juliana. _Mas quem mais está te agradecendo por isso.
_O irmão dele, aquele lembra, o Roger? _Perguntou Anne.
_Lembro, era um mal educado, grosseiro, não era? _Perguntou Juliana.
_Esse mesmo. _Disse Anne.
_Ele odiava o irmã, nem é de se espantar que ele queria ver ele morto, aposto que ficou com tudo que era dele. _Disse Juliana.
_Ah já disso eu não sei. _Disse Anne. _Só sei que ele vive me agradecendo por ter matado o Beto. Ele até está me ajudando a procurar meu filho.
_Sério Anne? _Se chocou Juliana. _E tu aceita assim, quietinha?
_Aham. Eu não tenho muita opção. _Disse Anne.
_Como assim amiga, ele é irmão daquele cafajeste, irmão maior ainda, ele que ensinou tudo pro Beto, tu vai confiar nele. É teu filho Anne. _Disse Juliana.
_Eu sei Juliana, é difícil as vezes, mas eu já me acostumei com ele. _Disse Anne. _Eu não tenho escolha, o caso ainda está sendo transferido aqui pro sul, as buscas estão paradas. E o suspeito, o seqüestrador do meu filho está preso na penitenciaria que o Roger é diretor. Ele me passa informações, me ajuda com dados deles, a gente está chegando perto do meu filho a cada dia.
_Ele é diretor da penitenciária do possível seqüestrador do teu filho? _Perguntou Juliana. _Anne, isso não é suspeito o bastante?
_O quê? _Perguntou Anne.
_Ele ser o diretor desse presídio. _Disse Juliana. Amiga, ele é uma pessoa pública, famoso pelo nome da família que ele carrega, ele não ia se comprometer assim, sujar o nome dele.
_Como assim Ju? Não estou entendendo. _Disse Anne.
_Anne, escuta! _Pediu Juliana se aproximando da amiga. _Ele pode muito bem ter pego a ficha desse sujeito e feito uma carteira falsa pra pegar teu filho, ou até mesmo pago pra ele ir até São Paulo aquele dia, ou ter diminuído a pena dele sei lá. Isso acontece amiga.
_Não acredito. _Disse Anne pensando nos fatos. _Seria arriscado demais pra ele, e pra quê? Em troca de quê ele queria o meu filho?
_Como pra quê Anne? _Disse Juliana séria. _Por ciúmes, inveja do irmão.
_Será? _Disse Anne pensativa.
_Claro amiga, isso é possível sim. _Disse Juliana.
Olivier veio correndo do quarto.
_Tia eu vou até a casa da Pi... _Disse Olivier antes de ver que Juliana estava na sala. _Oi Juliana.
_Oi Olivier, como tu vai? _Perguntou Juliana com um sorriso.
_Estou bem e você? Demorou pra visitar a gente heim. _Disse Olivier indo até o sofá.
_Trabalho querido, não tenho tempo pra nada. _Disse Juliana.
Os dois olharam pra Anne juntos e a garota estava olhando para a parede oposta, perdida em pensamentos.
_O que ela tem dessa vez? Já te falou do João né? _Disse Olivier acostumado com o hábito da tia de sair da órbita por alguns minutos.
_Que João? _Perguntou Juliana curiosa. _Não ela não estava falando de nenhum João não.
_Do Rafael então. Esses dois não se desgrudam mais. _Disse Olivier sorrindo.
_Rafael? _Perguntou Juliana que também não havia ouvido falar no rapaz.
_E então do que afinal vocês duas estavam falando pra ela ficar assim? _perguntou Olivier curioso.
_Do Roger. _Disse Juliana.
_Ah tá. _Entendeu Olivier. _Esse ai fica enrolando ela dias e dias, e ela ainda acredita nele. Já falei pra ela se afastar. Mas ninguém escuta um garoto de 15 não é? Fazer o que?
_Mas ela vai escutar uma mulher de 39. _Disse Juliana jogando uma almofada na amiga. _Eu também não acho legal, ela ficar aceitando ajuda desse tal de Roger. Ela não pode confiar nele assim, ele não é de confiança.
_É o que eu sempre digo pra ele Juliana, mas ela é Anne Marrie, não adianta discutir, quando ela quer alguma coisa, via até o fim. _Disse Olivier.
_Eu conheço essa menininha tem bastante tempo já Olivier, sei do que tu tá falando. _Disse Juliana. _O que me dá mais raiva é o que esse tempo passou pra mim, mas pra ela não. Continua novinha e linda como sempre.
_Assim como a cabeça dela, de uma garota de 18 ainda. _Disse Olivier.
_Espero que o coração tenha mudado, se não todos corremos perigo. _Disse Juliana. _Se o coraçãzinho dela mandar, ela obedece meu filho. E sai de baixo!
_Eu sei disso. Conheço minha tia bem. _Disse Olivier.
_HEI! Eu ainda estou aqui. _Disse Anne ao ouvir as ultimas palavras da conversa dos dois.
_Ah Olivier, ela já voltou da lua. _Disse Juliana sorrindo junto com Olivier.
_E ai tia, alguém lá te falou que o Roger não é de confiança? _Disse Olivier.
_Ou vai ter que ir mais longe pra descobrir isso, quem sabe Marte. _Disse Juliana.
Os dois sorriram.
_Muito engraçada a dupla. _Disse Anne. _Mas isso não trata de confiança ou não, se trata de encontrar meu filho e se o Roger é bonzinho ou não isso pouco me importa, o que importa que ele é o único que pode e que está me ajudando a encontrar meu filho.
_Isso não é verdade. _Disse Juliana. _Se a gente pudesse fazer alguma coisa.
_Pois não podem, é por isso que eu preciso dele, sendo irmão ou não do Humberto. Pouco me importa o que ele quer, ou o que ele é. Aceitaria ajuda até do demônio pra achar meu filho e parar de sofrer assim. _Disse Anne.
_Credo amiga, calma. _Pediu Juliana. _A gente sabe o quanto teu filho é importante pra ti, mas não precisa exagerar.
_Eu falei Juliana, ela ainda tem cabecinha de uma menininha. _Disse Olivier.
_Sai daqui você! _Mandou Anne.
_Eu estava de saída mesmo. _Disse Olivier indo até a porta.
_Bom mesmo. _Disse Anne. _Espera Oli!
Olivier parou antes de pegar na maçaneta e virou lentamente.
_O quê foi? _Perguntou o garoto fingindo estar com raiva.
_Desculpa a titia, e prepara um lanche pra nós. _Suplicou Anne.
_Ela me usa demais meu Deus. _Disse Olivier indo até as duas novamente. _Ela fazia isos com você também Juliana, quando vocês moravam juntas?
_Na verdade fazia sim, Olivier. _Disse Juliana.
_O quê isso aqui? É um complô contra mim agora? _Disse Anne. _Resolveram juntar os dois e me punir pelos meus pecados?
_Exagerada! _Disseram Olivier e Juliana juntos.
_Nem sou. _Disse Anne rindo junto com os outros.
_Então tia, eu ia chamar os meninos pra gente fazer alguma coisa hoje a tarde, eu posso chamar eles pra virem aqui tomar o lanche com a gente? _Perguntou Olivier.
_Claro, que pode Oli. _Disse Anne sorrindo. _Tu vai chamar o Rafa também?
_Claro né tia! _Disse Olivier.
_Então eu tenho que me arrumar, antes que ele chegue, tô um lixo. _Disse Anne.
_Essa roupa que tu tá usando eu iria usar só em um dos meus melhores convites para um jantar e tu ta usando dentro de casa. _Disse Juliana.
_Anne Marrie é luxo. _Disse Olivier antes de sair pela porta correndo.
_Sério Ju, eu preciso me trocar! _Disse Anne dando um pulo do sofá em direção ao quarto. _A gente conversa lá no quarto.
Juliana agarrou o braço da amiga e a forçou a sentar novamente.
_Primeiro a senhora vai me contar quem é esse tal de Rafael e porque essa preocupação toda em mudar de roupa, sendo que essa ai está perfeita. _Disse Juliana.
_Eu te explico tudo e mais um pouco. _Disse Anne. _Mas lá no quarto, enquanto eu troco de roupa.
E Anne conseguiu se livrar dos braços da amiga e seguiu correndo para o quarto, seguida por Juliana resmungando.
_Trocar de roupa pra quê meu Deus? A menina tá parecendo uma princesa já, só falta o castelo. Pra quê isso? _Reclamava Juliana atrás de Anne.
Enquanto as duas estavam no quarto colocando a fofoca em dia, Olivier estava na casa de Piedra convidando a garota para o lanche em sua casa.
_Vamos Pi, você não está fazendo nada mesmo. _Disse Olivier sentado na cama da garota.
_Calma Oli, eu estou tentando falar com o João. _Disse Piedra. _Esse guri não atende ao telefone de jeito nenhum.
_Onde ele tá? _Perguntou Olivier enquanto Piedra andava de um lado pro outro no quarto.
_Com o Rafael, com quem mais ele estaria. _Disse Piedra nervosa.
_Calma Pi, ele não devem estar fazendo nada de errado. _Disse Olivier.
_Mas não devem mesmo. Eles me falaram que iam trabalhar lá na agência, mas ninguém atende o telefone de lá também. _Disse Piedra.
_Vai ver eles não ouviram tocar. _Disse Olivier.
_Vai ver eles não estão lá, não é Oli? _Disse Piedra nervosa.
_Calma Pi, eles devem ter saído pra resolver alguma coisa. _Disse Olivier.
_A agência deles está de mal a pior Oli, eles não ganham dinheiro nem pra sustentar as despesas da loja. _Disse Piedra. _A sorte é que os dois tem dinheiro pra segurar tudo, mas de lucro, eles estão no zero.
_Nossa que barra, eles nem falam muito do trabalho né. Eles só comentaram uma vez comigo assim por alto. _Disse Olivier.
_Eles tem é vergonha isso sim. _Disse Piedra andando de um lado pro outro com o telefone na mão. _Principalmente o Rafael, a família dele fica de cima sabe, pra saber se está tudo bem, eles cobram dele o tempo todo. Lá ele é a ovelha negra da família sabe?
_Sei bem como é que é. _Disse Olivier.
_Onde estes guris se meteram? _Se perguntava Piedra a cada cinco minutos.
Os dois ficaram no quarto esperando notícias dos meninos por mais uns dez minutos e nenhum deles dava resposta. Cansada Piedra sentou na cama ao lado do novo amigo Olivier.
_E tu vai chamar a Pati pro teu lanche? _Perguntou Piedra.
_Não sei ainda. _Disse Olivier. _A última vez foi bem estranho não é?
_Com certeza. Ela se apaixona rápido né? _Disse Piedra.
_Foi horrível, fiquei muito sem graça não sabia o que fazer, ela estava dando de cima mesmo. _Disse Olivier. _E eu tentava sair fora, mas não adiantava nada.
_Mas porque que ela cismou assim contigo? _Perguntou Piedra.
_Eu não sei. _Disse Olivier. _Eu lembro que uma vez eu falei pra ela que ela era bonita, pensei até em fazer um quadro dela, mas isso não quer dizer que eu queria ficar com ela. A menina deve ter surtado.
_Nunca vi a Patrícia gostar de ninguém assim, mesmo porque ela ainda é novinha né? _Disse Piedra. _Mas alguma coisa deve ter acontecido pra ela encantar contigo assim, o que nem é tão difícil né Oli?
Piedra sorriu e Olivier se envergonhou.
_Pára Piedra! _Pediu Olivier.
_Ah Oli, deixa de ser chato, o teu charme é esse. _Disse Piedra sorrindo. _Tu sabe que é bonito e finge que isso é normal, aproveita.
_Aproveitar o que Piedra? _Disse Olivier sem graça. _Beleza não é tudo não.
_É por isso que tu é especial. _Disse Piedra. _Além de bonito, tu é inteligente, maduro, responsável, tem um papo legal e o melhor é sensível. Acho isso lindo.
_Tem gente que não acha muito. _Disse Olivier.
_Que se danem os outros. _Disse Piedra. _Só sei que a Patrícia deve pensar igual a mim. E eu tô falando sério se eu não já amasse o meu João, tu estaria no topo da minha lista.
Olivier queria sumir dali, pra evitar o embaraço.
_Não precisa ficar vermelho seu bobo. Eu já parei de falar, seu que tu não gosta. _Disse Piedra sorrindo. _Mas agora é sério, tu devia tentar ser modelo, é novo ainda. Tem maior chance de conseguir.
_Eu modelo? _Disse Olivier. _Claro que não né Piedra. Eu fico do outro lado, pintando o belo e o que não é belo eu transformo. Afinal tudo é bonito, só depende de como você olha.
_Ai meu Deus, depois pergunta por que que a pati tá apaixonada, ninguém resiste aos teus encantos Principezinho. _Disse Piedra.
_Principezinho? _Riu Olivier. _Ai meu Deus, tu é boba demais.
_Agora vou te chamar assim agora tá. _Disse Piedra.
_Não! O João vai ficar bravo. _Se preocupou Olivier.
_Vai nada, ele sabe que eu amo ele demais. _Disse Piedra. _Qualquer coisa é só eu falar que ele é meu Rei e tá tudo resolvido. Homens, quando se sentem superiores está tudo perfeito.
_Não tenho tanta certeza. _Disse Olivier preocupado.
_Ai calma Oli. _Disse Piedra sorrindo. _E a Anne, falou o que ela e o Rafa fizeram ontem?
_Não. _Se chocou Olivier por não saber da história. _O que?
_Tu não sabe? _Riu Piedra. _Eu não acredito que ela não te contou?
_Não, ela não me contou. _Disse Olivier revoltado. _Eu vou matar ela depois.
_Ela veio aqui ontem me contar. _Disse Piedra.
_Ela veio te contar aqui, e não me contou? _Se chocou novamente Olivier.
_Ela é louca, adoro tua tia. _Riu Piedra.
_Mas e aí? Conta o que eles fizeram. _Pediu Olivier.
_Tá. _Piedra sorriu. _O Rafa foi até na tua casa ontem e chamou tua tia pra sair. Ela disse que nem pensou em nada não, pensou que eles iam pra praça de novo, como sempre. Ele levou ela até o carro e vendou os olhos dela.
_Ai meu Deus, que romântico. _Disse Olivier animado com a história.
_Que romântico que nada, ele fez à mesma coisa comigo. _Disse Piedra.
_Retiro o que eu disse. _Disse Olivier. _Mas continua.
_Tá bem. _Disse Piedra excitada com a história. _Ele levou ela até um campo de golf que tem lá no centro. Tu acredita que ele tinha armado um jantar francês pra ela lá. Tinha mímico e tudo.
Os dois riram.
_Não acredito. _Disse Olivier.
_Pois é verdade filho. _Disse Piedra. _Conversa vai conversa vem, ele mandou colocar um anel dentro de um croissant, pra dar pra ela na hora da sobremesa. É, a Anne disse que quase perdeu os dentes na hora que mordeu.
_Um anel? Então a coisa ficou séria mesmo? _Disse Olivier de boca aberta.
_Desde aquele dia do passeio né? O Rafa não fala em outra coisa, ele está encantado com tua tia de verdade. _Disse Piedra.
_Mas eu pensei que não ia dar em nada, aquela doida não me contou nada disso. _Disse Olivier. _E ela aceitou o anel?
_Claro né Oli. Agora os dois então oficialmente comprometidos. _Disse Piedra sorrindo.
_Meu Deus! _Disse Olivier. _Mas tem só duas semanas que eles estão juntos, não tá muito cedo não?
_Eu acho que não. _Disse Piedra. _Eles só estão namorando, não estão noivos não. Está tudo ótimo. Só quero ver tu entrando na igreja pra entregar as alianças.
Piedra riu.
_Que aliança garota. _Disse Olivier. _Não acredito que a minha tia esteja gostando do Rafael até esse ponto não.
_Olha o ciúmes. _Disse Piedra.
_Não é ciúmes. _Disse Olivier. _Mas eu já te contei como minha tia é, ela ama demais, minha mãe fala que ela é doente com isso, com essas coisas. E ela nem comentou comigo. Ela não ia ficar com ele se não tivesse gostando relamente. Isso pra ela é coisa séria.
_Isso pra mim, é ciúme da titia. _Zombou Piedra. _Tu devia é pegar a Patrícia pra ti também e aproveita e casa todo mundo junto. Eu e o João, a Anne e o Rafa, tu e a pati. Ia ser lindo né?
_Me tirando dessa história está ótimo. _Disse Olivier.
_Ai meu Deus que menino sério esse. _Disse Piedra. _E até agora esses cabeçudos não responderam.
_Depois tu fala com eles, vamos embora logo, minha tia a amiga dela estão esperando a gente. _Disse Olivier puxando o braço de Piedra. _Deixa um recado, quando eles chegarem eles vão lá pra casa.
_Tá bem. _Disse Piedra. _Mas tá faltando chamar a Pati. Ou tu não quer chamar ela?
_Ai não sei Pi. _Disse Olivier. _Eu quero chamar, mas não vou agüentar ela em cima de mim igual aquele dia não.
_É só tu falar que não quer nada com ela e pronto. _Disse Piedra.
_Parece fácil, mas eu não quero magoar ela. _Disse Olivier.
_Ai Oli, tu é bonzinho demais. _Disse Piedra. _Se tu não quer ficar com a menina fala de uma vez, quanto mais tu esperar, mas ela vai apaixonar por ti. Se tu disser de uma vez e ela ficar com raiva problema é dela, mas ninguém vai ficar enganando ninguém.
_É verdade. _Concordou Olivier.
Piedra levantou da cam, passou a mão na bolsa e puxou Olivier da cama:
_Então vamos de uma vez chamar a guria, bom que dá tempo desses meninos chegarem.
_Tá bem, vamos lá. _Disse Olivier desanimado.
Anne já estava pronta para o lanche, uma blusinha branca com as mangas fofas e uma saia rosa soltinha até os joelhos a deixavam ainda mais com aspecto de boneca. As duas amigas voltaram pra sala para terminar o papo.
_E ai amiga, como foi o primeiro beijo? _Perguntou Juliana.
_Foi perfeito Ju. _Disse Anne. _A gente tava nesse passeio que eu te falei sabe?
_Aham, o que foi todo mundo dessa turminha ai da frente? _Disse Juliana.
_É. _Disse Anne. _Ele estava morrendo de vergonha, tu tinha que ver que gracinha Ju. Eu tentando puxar assunto, pra ver se ele soltava mais e nada. Ele estava nervoso demais. Depois ele até me disse que foi porque me via sempre nas revistas e tals dava um pouco de medo de ficar tão perto de mim daquele jeito.
_Ou talvez porque tu matou um homem né? Isso assusta qualquer um. _Disse Juliana.
_É. Com certeza isso também dificultou as coisas. _Concordou Anne.
As duas sentaram no sofá.
_Ai assim, depois de um tempinho até chegar na pracinha do moinho, ele ficou muito nervoso, mas foi passando com o tempo sabe? _Disse Anne animada. _Você tinha que ver que gracinha Ju. Ele é perfeito, inteligente e bonito também, igual o...
_Já sei quem. Continua. _Disse Juliana.
_Tá. _Disse Anne assustada com a comparação que ia fazer. _Mas ele é muito diferente dele. Ele gosta de mim sabe, eu sinto, não é igual ao Humberto que eu não sabia como que estava o humor dele todo dia, se eu podia falar uma coisa ou não. Com o Humberto eu ficava pisando em ovos, só pra ter um pouquinho da atenção dele. O Rafa é diferente, ele é carinhoso demais Ju, tu vai conhecer ele daqui a pouco.
_Tá, mas e ai, como foi quando tu chegou lá na pracinha com ele? _Perguntou Juliana curiosa.
_Quando chegou lá, ele já estava bem mais calma, já estava falando mais, mas foi ai que eu percebi que ele estava com vergonha não de mim, mas dos amigos dele. Ele me chamou pra conversar bem longe deles, me puxou para um canto lá. Nossa, ai ele mudou completamente, falou dele, da família, de tudo sabe, ele só não fazia muita pergunta sobre minha vida, com medo da resposta.
-Ou porque ele já sabia né Anne? _Disse Juliana.
_É. _Disse Anne. _Mas eu nem ligo que falem, que perguntem, se eu ligasse eu nem saia de casa.
_Tu não sai. _Disse Juliana.
_Não saia Ju. Agora que eu conheci os garotos e o Rafa especialmente, não tem porque ficar em casa. Antes tudo bem, o que eu ia ficar fazendo na rua sozinha. Agora não eu tenho amigos. _Disse Anne sorrindo.
_Tô ficando com ciúmes heim. Tu nunca foi de ter muitos amigos, agora tem vários. _Disse Juliana.
_Eu nunca tive tempo de ter muitos amigos. _Disse Anne.
_Teve sim, só não conseguia. _Disse Juliana. _Tu estudava na mesma escola que eu você não conversava com ninguém, era muito fechada, calada, e as pessoas não gostavam de você porque tu as tratava mal, só queria saber de Humberto, Humberto.
_Eu mudei bastante Ju. _Disse Anne.
_Não tô vendo. _Disse Juliana.
_Eu e o Oli fizemos um acordo de sermos mais sociáveis, mudar de vida mesmo. Ele também era igual eu antigamente, não dava abertura pras amizades. _Disse Anne. _Eu não sei ele, mas eu só me defendia preferia ficar sem nenhuma amizade do que com algumas amizades falsas. Com ele deve ser o mesmo, e eu era feliz não precisava de ninguém.
_Só do Humberto. _Disse Juliana.
_É só disso. _Disse Anne. _Até hoje eu não consigo explicar o que eu sentia por ele Ju, era forte demais.
_Eu sei, é amor Anne, obsessão. _Disse Juliana. _Tu amou demais o Beto, tu queria ficar com ele mesmo que ele não quisesse.
_Eu lembro como era. _Disse Anne olhando pra baixo. _Só fui deixando de amar ele quando eu fiquei grávida. Alias foi por causa do bebe que eu fiz aquilo tudo, ele era meu novo amor, e como o Humberto tentou impedir isso, eu não tive escolha.
_O Humberto não tentou impedir nada sua doida. Ele nem tava com o neném. _Disse Juliana. _Você podia ter evitado ter matado ele, porque tu não olhou no quarto do bebê primeiro criatura? Tu não ia matar ele se tivesse visto.
_Sabe o que é pior, é que eu acho que eu mataria de todo jeito. _Disse Anne. _Nunca falei isso, mas eu precisava fazer aquilo Ju. Eu sempre coloquei a culpa no meu filho, mas eu precisava fazer aquilo. Eu não podia mais viver se soubesse que o Humberto estava com outra, feliz. Entendeu? Eu não conseguia entender porque não eu? Eu deveria estar no lugar da Poliana. Eu não conseguia disfarçar isso, por mais que eu quisesse. Quando eu matei ele, senti um alivio tão grande, uma liberdade sem tamanho. Eu não precisava amar mais quem não queria me amar, eu me libertei. Era a única forma de deixar de amá-lo Ju. A morte.
Juliana ficou calada enquanto Anne se perdia em pensamentos. Juliana engoliu seco e disparou:
_Credo amiga, que medo de ti. Tu nunca falou assim, do dia da morte do Humberto, não desse jeito. _Disse Juliana. _Não repita isso pro Olivier se não ele nem dorme a noite viu.
_O quê? _Perguntou Anne sem prestar atenção. _Ah tá, eu nunca disse isso antes. Mas é verdade Ju.
_É bem perturbador ouvir também. _Disse Juliana.
_Mas o mais legal é que eu estou sentindo isso de novo. _Disse Anne. _O Rafael esta me surpreendendo, ele é exatamente o oposto do Humberto, eu não entendo porque eu estou gostando tanto dele assim.
_Porque graças a Deus, nesse aspecto o tempo fez alguma coisa em você. _Disse Juliana. _Agora era de se esperara que tu fosse se apaixonar por alguém melhor do que Humberto, depois de tudo que tu passou. Teu coração cansou de sofrer, agora acho que ele quer amar de verdade.
_Que bom. _Disse Anne.
_Mas tu tá apaixonada? _Perguntou Juliana.
_Ah não sei Ju, fico meia confusa as vezes, é diferente o que eu estou sentindo pelo rafa do que eu sentia pelo Humberto. _Disse Anne.
_É porque é um amor diferente. _Disse Juliana. _Saudável, puro, sem fixação.
_Mas eu quero ver ele toda hora, quero beijar, ficar perto. _Disse Anne.
_Isso é normal amiga, isso é amar. Agora, matar, quando tu começar a pensar nessas coisas, sai fora, antes que aconteça o pior. _Disse Juliana.
_Isso vai ser quase impossível de acontecer. _Disse Anne. _Eu nunca iria machucar o Rafael.
_Como também não ia machucar o Humberto. _Disse Juliana. _O que você sentia pelo Humberto era um amor egoísta amiga, tu queria ele de qualquer jeito pra você, ele querendo ou não, se tu não pudesse ficar com ele ninguém mais podia, isso que aconteceu contigo. Agora se tu está gostando desse Rafael e começar a namorar com ele, pense no bem dele, no máximo o que será melhor pros dois, nunca pra você. Porque se tu for egoísta na hora de amar, tu vai cair na mesma armadilha de antes.
_Eu já estou namorando. _Disse Anne levantando a mão com o anel.
Juliana ficou de queixo caído com tão singela peça, um fino anel de ouro, com dois pequenos, mínimos diamantes em forma de folha que se entrelaçavam em cima da jóia.
_Que coisa mais linda amiga! _Exclamou Juliana sorrindo. _Esse cara só pode estar de brincadeira contigo.
_Não é lindo? _Riu Anne. _O Humberto nunca me deu nem uma bala.
_Ele te deu uma coisa bem maior que isso amiga, um filho. _Disse Juliana segurando a mão da amiga para ver melhor, sentir no toque.
_É verdade. _Concordou Anne. _Mas Ju tu tinha que ver o que o Rafa aprontou pra me dar esse anel, foi a coisa mais linda cara. Um jantar.
_Jura? _Disse Juliana sem acreditar em tanto romance. _Esse menino sabe o que ele está fazendo? Ele está amando Anne Marrie.
_Deixa de ser idiota garota. _Disse Anne rindo. _Eu sou normal como qualquer outra pessoa.
_Ah, não é não. _Disse Juliana ainda segurando a mão de Anne.
_A única diferença entre nós é a idade. _Disse Anne.
_Que idade? Só olhando tua identidade pra saber sua verdadeira idade. Tu deve parecer ser mais nova que ele, tenho certeza. _Disse Juliana.
_É ninguém acredita que eu tenho 38. _Disse Anne. _Ele disse que eu sou a melhor mulher do mundo, tenho experiência de uma mulher mais velha e rosto de uma menina mais nova.
_Que experiência? _Zombou Juliana.
_Deixa ele acreditar não é. _Riu Anne.
_Mas me conta como foi o jantar? Ele ajoelhou? _Perguntou Juliana.
_Não, nem isso. Foi melhor. _Disse Anne. _Eu estava aqui assim de bobeira, ai ele me ligou e pediu pra eu me arrumar que ele ia me levar pra algum lugar, mas que era surpresa. Ele apareceu aqui na porta todo arrum...
A campainha tocou.
_Pode entrar Oli. _Gritou Anne pensando que era Olivier com o resto da turma.
Mas a campainha voltou a tocar.
_Meu Deus, que menino surdo. Peraí Ju. _Disse Anne se levantando pra ir abrir a porta.
_Tá na hora de tu contratar uma empregada heim Anne, ninguém merece. _Disse Juliana.
_O Olivier já me falou isso, mas é difícil achar alguém. _Disse Anne se aproximando da porta.
_Eu sei bem como é, não dá pra confiar em ninguém hoje em dia. _Disse Juliana. _Mas se tu quiser eu te ajudo.
Anne abriu a porta de uma vez:
_Oli, tu não ouviu em mand... _Começou Anne que se deparou com a figura desagradável de Roger parado a sua frente.
_Ou, eu sou mais homem que esse seu sobrinho, tá me estranhando? _Disse Roger.
_Sempre tão agradável. _Disse Anne. _O que você quer Roger?
_Eu vim falar contigo sobre o nosso meliante preferido. _Disse Roger. _Consegui uma visita pra ti.
Anne abriu um largo sorriso.
_Quem é amiga? _Perguntou Juliana de dentro da casa.
_Tá com visita menina? _Disse Roger. _Não vai me dizer que são aqueles moleques seus vizinhos? Tu tinha que andar com alguém da tua idade, tipo eu.
_Ô do! _Disse Anne. _Você é bem mais velho que eu tio.
_Tio não. _Pediu Roger. _Não rpecissa humilhar, garota “o tempo não passou pra mim”.
Anne sorriu.
_Entra Roger, mas fala de uma vez heim, não vai ficar me enrolando como sempre não, tô com visita e daqui a pouco os meus adorados vizinhos e o MEU namorado vão chegar. _Disse Anne.
_Enfim arranjou alguém pra substituir meu irmãozinho? _Disse Roger entrando na casa de Anne. _Parabéns Anninha, enfim conseguiu superar os fantasmas do passado.
_Cala a boca Roger e fala logo. _Disse Anne fechando a porta de uma vez.
_Calma, o Oli não está ai pra me servir um café não. _Disse Roger. _E eu quero conhecer tua visita.
_Cala a boca Roger e fala logo. _Disse Anne. _E pára de chamar ele de Oli, que só quem chama ele assim sou eu.
_Mas eu sou amiguinho dele. _Disse Roger.
_Quê amiguinho! _Disse Anne.
_Ele ia adorar que eu fosse amiguinho dele. _Disse Roger rindo.
_Nojento. _Disse Anne.
_Nojento como sempre. _Disse Juliana ao se levantar do sofá.
_Que surpresa! A chifruda por aqui. _Disse Roger sorrindo.
Podem preparar os talheres, ajeitem os guardanapos porque o lanche já está servido.