Num céu azul escuro as estrelas brilhavam forte, a noite estava perfeita, se fosse possível diria que tudo era parte da decoração de Lourdes pra festa no Moinho. Como se ela tivesse pegado cada pedacinho cintilante e tivesse colado no veludo escuro que cobria os céus. Só imaginem, porque se fosse possível ela faria. Paremos com a fantasia e falemos do que realmente Lourdes fez no salão de festas do condomínio para a noite mais aguardada do ano pelos moradores do Moinho. Logo na entrada havia dois grandes pinheiros ladeando a porta dourada decorada com pequenas luzes brilhantes, ao entrar pelo salão, várias mesas espalhadas artisticamente, de modo a dar a impressão de ser um grande teatro, onde todos os lugares se dispuseram em frente ao palco onde aconteceriam espetáculos de alguns moradores, o show de uma banda e o anúncio do ganhador do prêmio de melhor decoração dos jardins. No alto do salão, grandes lanternas em forma circulares davam iluminação pro local. No resto, nas mesas, nos arranjos, no uniforme dos garçons e dos outros empregados as cores vermelho e verde eram maioria. Em um dos cantos do salão um espaço, onde montaram um pequeno estúdio, uma poltrona e vários anões vestidos de duende compunham o cantinho do Papai Noel, um ator vestido como o bom velhinho se dispunha a tirar fotos com qualquer um que chegasse. Eu disse qualquer um mesmo, criança, jovem ou adulto. A festa foi feita especialmente pra isso, Lourdes queria que todos se sentissem como crianças novamente. Nas mesas seriam servidos bastões de caramelo para todos os convidados. Lourdes também recolheu durante o mês de dezembro algumas cartas do correio destinadas ao Papai Noel, a associação de moradores concordou em doar alguns presentes as crianças remetentes. A noite prometia ser mágica. Mas calma, não se esqueçam que Anne Marrie e sua turma estão chegando e logo atrás a nossa querida Louísa. Essa festa promete. Que entrem os convidados!
Quando Anne e seus amigos chegaram, o lugar já estava cheio, e a chegada da moça foi tumultuada para não dizer desastrosa. Com a bagunça e o empurra empurra, algumas pessoas caíram no chão e invadiram o hall do evento, obrigando os seguranças a tomarem algumas providências, sabe? Providências de Segurança? Empurrar, chutar, bater? Já viu isso? Ou melhor, já sentiu isso? Alguns repórteres sim. teve até sangue no chão, só nos resta saber de quem ou de quantos era o sangue derramado. Um dos feridos eu descobri quem foi, Rafael. Na tentativa de proteger a querida e amada namorada, o mocinho se jogou na frente de Anne quando uma máquina fotográfica cheia de flashes se aproximou como uma besta selvagem e o resultado foi um corte no braço. João e Piedra também tentaram proteger a amiga e empurraram, brigaram, gritaram, antes de ir pro chão e serem pisoteados pela multidão. Olivier, Juca e Patrícia que estavam juntos e vinham na frente do resto da turma, foram empurrados para dentro do hall do salão quando os repórteres, fotógrafos e paparazzis viram Anne chegando ao local. Os convidados que estavam já dentro do salão curtindo a festa que já tinha começado, com a bagunça e o barulho do lado de fora, ficaram curiosos sobre o que estava havendo e tentaram sair preocupados. Mas logo a ótima equipe de seguranças contratada por Lourdes conseguiu contornar a situação e colocar Anne e seus amigos para dentro. Já prevendo a confusão que seria a presença da garota problema na festa de final de ano do condomínio, Lourdes se preparou contratando uma grande equipe de seguranças para o local da festa. A boa produção e organização de Lourdes fizeram a confusão ser esquecida em menos de dez minutos, passados esses, tudo já estava calmo e em seus devidos lugares, os seguranças guardavam a entrada, os fotógrafos estavam do lado de fora novamente atrás do limite permitido, os convidados feridos já estavam em seus reservados lugares a mesa, já medicados e passando muito bem e a festa seguia como planejado como se Anne não tivesse passado por ali.
_Vocês estão bien de verdade? Quero dizer, no necessitam de mais nada? _Perguntava Lourdes preocupada.
_Mãe, está tudo bem. A gente está bem. _Disse Piedra limpando um ferimento na mão de João.
_É Senhora, estamos bem, muito obrigado pela ajuda. _Disse João.
_Anne chica, está tudo bem contigo? _Perguntou Lourdes.
_Sim Lourdes, está tudo bem, muito obrigada, o Rafa que machucou de verdade, eu estou bem. _Disse Anne.
_Isso aqui não e nada gente, só um arranhadinho de nada. _Disse Rafael sobre o corte no braço.
_Yo disse, avisei para Piedra me ligar, me avisar antes quando vocês viriam para eu posicionar los seguranças. _Disse Lourdes. _Yo sabia que Anne causaria tumulto, já havia tomado minhas providências.
_Desculpe Lourdes, eu realmente não queria atrapalhar tua festa. _Disse Anne envergonhada.
_O que é isso querida, tu é nossa estrela de hoje, a estrela mais brilhante. _Disse Lourdes. _Ano passado não tinha metade das pessoas que apareceram hoje para a festa. Tua presença chamou a atenção dos moradores. Tornou nossa festa mais popular, nem precisei contratar imprensa, todos os jornais e revistas estão em peso ai fora, e amanhã todas as capas serão suas, e meu nome estará em todas elas, e eu vou ficar atolada de compromissos e trabalhos. Eu só tenho a agradecer chiquita, tua presença e a pequena confusão na porta vão garantir minha próxima viagem para a Europa.
_Mãe, já chega vai cuidar da tua festa. _Disse Piedra sem paciência.
_Eu já tenho que ir mesmo, um segurança sujou o uniforme, vou ter que arrumar outro urgente. _Disse Lourdes beijando a cabeça da filha.
_Mãe, deixa como está, ninguém vai perceber. _Disse Piedra. _Um sujinho de nada, nem vai aparecer, relaxa.
_Mi hija querida, a blusa do guri está completamente suja de sangue ele cortou o braço também, como o Rafael, mas o dele foi bem mais grave, os cortes foram profundos. _Disse Lourdes.
_Mas ele está bem? _Perguntou João. _Não seria melhor ele ir pra um hospital? Eu posso levar.
_Não. O que é isso, ele já está bem. _Disse Lourdes sorrindo. _E eu não posso perder ninguém da equipe, se ele se machucou problema é dele, que agüente a dor como um hombre.
_Mãe, não vai te atrapalhar em nada o guri ir pro hospital, tu deve ter um exercito de garçons ai, um não vai fazer diferença. _Disse Piedra. _deixa de ser má.
_Não sou má mi vida, sou perfeita. _Disse Lourdes sorrindo dentro de um belo vestido vermelho.
Lourdes saiu enquanto todos riam.
_Vocês riem porque não é a mãe de vocês. _Disse Piedra seria ainda cuidando da mão de João.
_Piedra, já estou bem, pára de mexer na minha mão. _Disse João.
_Ai amor, espera, ainda tá sangrando. _Disse Piedra.
_Já chega Pi, eu já disse que estou bem! _Disse João rispidamente, puxando a mão do colo de Piedra.
_Já vai começar João? _Disse Piedra ameaçando chorar. _Eu vou pegar uma bebida.
Piedra se levantou da mesa de uma vez e saiu em meio a multidão segurando as lágrimas.
_Piedra? Desculpa amor. _Disse João ainda sentado. _Olha aqui, minha mão já tá doendo de novo, olha, não pára de sangrar.
A seguir João saiu correndo atrás de Piedra gritando que estava sangrando e que sentia muita dor. Todos que estavam na mesa riram do casal e as outras pessoas que ouviam João passar por eles gritando de dor, arregalaram os olhos assustados.
_Ai ai, a festa já começou. _Disse Rafael.
_E é sempre assim? _Perguntou Anne.
_Tu não sabe disso? _Disse Rafael. _A Piedra sempre faz isso, sempre dá uma de coitada.
_O João gosta muito dela mesmo. _Disse Olivier sorrindo. _Eu não iria agüentar.
_Eu não agüentei Oli. _Disse Rafael sorrindo. _O João gosta de ser escravo, mandado, o bobão. É viciado na Piedra, bem diferente de gostar.
_Hei Rafa, é do meu irmão que tu tá falando. _Disse Patrícia.
_Não. Eu estou falando do meu melhor amigo, eu sei do que estou falando. _Disse Rafael. _Prova disso é tu Pati, tu apronta todas com ele e ele ainda fica de cima babando.
_Isso é coisa de irmão, é normal. _Disse Patrícia.
_Tu não é assim com ele é? _Disse Rafael. _Isso é dele, coisa pessoal de quem é João, irmão não é assim guria. É o exato oposto, eu digo porque tenho dois que preferiria não ter.
_Isso é verdade, eu tenho uma que é totalmente dispensável. _Disse Olivier.
_Olivier, não fale assim da tua irmã. _Disse Anne.
_Olha só o senhor certinho agredindo alguém. _Disse Juca rindo.
_Eu não estou agredindo, eu só não morro de amores, só isso. _Disse Olivier. _Não quer dizer que eu não queria ela, mas que eu preferiria ser só eu, sozinho. Filho único, mas já que ela nasceu, fazer o que né?
Rafael cochichou no ouvido de Anne:
_Qual o problema desse teu primo Anne? _Perguntou Rafael bem baixinho no ouvido de Anne.
_Sabe que nem eu sei. _Disse Anne com sinceridade.
_Guri tri pirado! _Disse Rafael. _Não vê vocês a tanto tempo e quando se encontram justamente nessa época, natal, trata tu e teu sobrinho assim. O Oli não merece ficar ouvindo isso hoje se ele continuar desse jeito eu vou me intrometer.
_Eu também. _Disse Anne demonstrando sua desaprovação também. _Não vou suportar ele por muito tempo. O cara nem faz uma média, nem tenta impressionar. Ele quer o quê? A primeira impressão é a que fica. E a dele pra mim está ficando cada vez pior.
_Tua primeira impressão? Mas ele não é teu primo? _Perguntou Rafael confuso.
_Não. _Disse Anne rapidamente não querendo se comparar aquele sujeito. _Quer dizer, sim! Claro que é meu primo. Eu disse que não?
_Disse. _Disse Rafael mais confuso ainda.
_Eu quis dizer, a primeira impressão que ele causou em você. Na turma eu quis dizer. A primeira impressão que ele está passando. Vou conversar com ele mais tarde. Está me envergonhando. _Mentiu Anne forçando um sorriso.
_Entendi. _Mentiu também Rafael, que ficou desconfiado de alguma coisa. Ele sabia que aquela situação estava muito estranha.
_Cadê a tua mãe que não chegou até agora? _Perguntou Anne desviando o rumo da conversa.
_Deve tá esperando meu pai chegar ainda. _Disse Rafael. _E tua irmã, não ia vir pra tua casa hoje?
_Ia. _Disse Anne desanimada. _Mas meu cunhado não quis ficar lá em casa, preferiu ir pra um hotel, disse que estão muito cansados, que não estão pra muita festa hoje. Ele nunca gostou muito de mim, ele sempre teve um pé atrás por causa de tudo que aconteceu com o Humberto. E pior agora que eu trouxe o Olivier pra cá. Tirei o filhinho dele, o único homem. Imagina como ele deve estar me odiando agora.
_Quê isso, talvez nem seja isso talvez, eles estejam cansados mesmo. _Disse Rafael. _Tu tem mania de perseguição, tu acha que todo mundo te odeia porque tu matou teu namorado. E não é verdade.
_É verdade sim. _Disse Anne. _Não sou exemplo pra ninguém.
_É linda, pra mim já ta de bom tamanho. _Disse Rafael antes de beijar a amada.
_E tu nem pode reclamar de mim, quem tem mania de perseguição pela família é você. _Disse Anne sorrindo. _Teu irmãozinho Sérgio e a mãe dele heim?
_E o Antônio. _Disse Rafael mudando rapidamente de humor. _Não esqueça do pior de todos. Mas isso não é perseguição, a Ana Maria me odeia realmente, me despreza.
_Talvez ela não te odeie, ela só gosta do filho dela demais que não percebe suas qualidades. _Disse Anne.
_Talvez, talvez... Talvez nada. _Disse Rafael. _Tu acredita que meu pai vai dar uma outra reunião de família, quer reunir todo mundo no natal, logo no natal.
_E com o Sérgio longe, só vai ter ele nas conversas. _Disse Anne sorrindo.
_Ele não vai estar longe. _Disse Rafael.
_Como não, ele não tá em Paris? _Perguntou Anne.
_Chega amanhã para as festas de fim de ano. _Disse Rafael com raiva.
_Não acredito. _Disse Anne.
_E o pior, vai trazer a namorada francesa dele. Agora eu te pergunto tu imagina minha casa no natal como que não vai ficar. _Disse Rafael desanimado. _O assunto não só vai ser ele, como ele mesmo vai ficar contando o que aconteceu por lá com ele, vai contar sobre a namorada, dizer como que a França é linda, é romântica.
_E tu vai ter que contar sobre tua namorada assassina não é? _Disse Anne que tentou esconder a tristeza na voz.
_Não amor. _Disse Rafael. _Não ia suportar que falassem mal de ti. Eu vou pra tua casa, jantar contigo como combinado.
_Tu deveria fazer o contrário. Sem tu lá pra me defender, daí que eles vão falar mal mesmo. _Disse Anne. _Eu vou com você.
_O quê? _Disse Rafael. _Não.
_Porque não. _Disse Anne.
_Porque... Porque... Porque se tu for, eles vão te colocar na cruz. _Disse Rafael.
_Rafa, eu agüento mais do que isso todos os dias na capa das revistas, uma mãe com dois filhos não vai ser difícil. _Disse Anne.
_Não são uma simples mãe e seus dois filhos, é o demônio e suas bestinha. _Disse Rafael.
_Mas eu quero isso, está na hora de sua família me conhecer melhor. _Insistiu Anne.
_Eles não são minha família. _Disse Rafael automaticamente só faltou Clarice pra completar o coro.
_Se eu quero ir, eu estou dizendo agora Rafa, eu estou pronta, porque não? _Perguntou Anne.
_Porque eu não quero. _Disse Rafael. _Não quero passar por isso, não quero estragar meu natal sendo que a gente pode passar nosso primeiro natal juntos e felizes, sem aborrecimentos.
_Você tem vergonha de mim não é? _Perguntou Anne.
_Vergonha? Claro que não Anne, não seja ridícula guria, eu estou na capa da Society se eu tivesse vergonha de estar contigo eu teria me matado já. _Disse Rafael.
_Não dá pra ficar fugindo da responsabilidade assim Rafa, eu quero ser apresentada pra tua família. _Pediu Anne.
_Eles não são minha família. _Disse Rafael. _Minha família tu já conhece, é a Senhora Clarice e o Senhor Paulo Cortez.
_Mas nunca tive uma apresentação formal, como um jantar dizendo que eu era tu namorada. _Disse Anne.
_É. Mas não precisa ser agora, nesse natal, quando tiver todo mundo lá. A gente marca outro dia, qualquer dia, menos no natal. _Disse Rafael.
_Rafael enquanto tu tiver vergonha de mim, ninguém vai me respeitar como tua namorada, já é difícil ter a minha idade e namorar um garoto como você. _Disse Anne com raiva.
_E tu pensa que é fácil namorar uma assassina famosa? _Disse Rafael sem pensar.
Anne encheu os olhos d’água e ficou paralisada diante da declaração de Rafael, a fim de evitar uma briga ela se retirou de uma vez da mesa. Olivier, Patrícia e Juca que estavam sentados bem à frente dos dois, ficaram olhando tentando entender o que poderia ter acontecido. Rafael abaixou a cabeça respirou fundo e continuou sentado.
_Rafa, tu não vai atrás dela? _Perguntou Patrícia.
_Não. _Disse Rafael cruzando os braços.
_Porque não? O que aconteceu? _Perguntou Patrícia.
_Ela tá querendo uma coisa que é impossível, não posso fazer. _Disse Rafael.
_O quê que ela quer? _Perguntou Olivier curioso.
_Nada não, não quero falar sobre isso. _Disse Rafael emburrado. _Na verdade ela quer tudo e tudo eu não posso oferecer.
_O que? _Perguntou Patrícia.
_Do quê que o moleque tá falando? _Perguntou Juca.
_Juca não chama ninguém de moleque aqui, isso aqui tem outro significado. _Advertiu Olivier ao namorado.
_Tá bem, foi mal. _Disse Juca rindo. _Mas o cara não tá falando nada com nada.
_Tu quer que eu vá atrás dela pra ti? _Se ofereceu Patrícia. _Vamos comigo Oli?
_Não, se ela quiser que venha me procurar, eu não fiz nada de errado. _Disse Rafael.
_Não foi isso que pareceu. _Disse Juca.
_Quê que tu falou ai heim guri? Não ouvi. _Disse Rafael se levantando da cadeira de uma vez, fazendo a mesa se mexer bruscamente. Nervoso ele, poderia alcançar Juca com o braço se quisesse, e se fizesse iria machucar, mas manteve a mão no ar, ameaçando.
_Não provoca Juca! _Disse Olivier se levantando para segurar Rafael. _Calma Rafa.
_Esse teu primo é muito folgado Oli. _Disse Rafael.
_Calma gente! _Pediu Patrícia.
_Pára Rafa, senta ai, ele falou brincando, calma! _Disse Olivier segurando Rafael.
_Eu vou dar uma volta por ai. _Disse Rafael encarando Juca que sorria tranqüilo sentado na mesa.
_Isso, é melhor. _Disse Olivier soltando Rafael devagar.
Rafael encarou Juca dentro dos olhos e se retirou com calma.
Patrícia e Olivier voltaram a se acalmar e se acomodaram novamente nas cadeiras, ofegantes os dois, respiraram fundo ao mesmo tempo, como se já estivessem ensaiados para aquilo. Como numa situação corriqueira. Juca se mantinha calma e sereno, com um sorriso de lado vigiando os passos de Rafael que ia se distanciando da mesa, entrando pela festa.
_Qual é teu nome? _Perguntou Patrícia finalmente quebrando o clima.
_É Juca, porque? _Disse Juca rispidamente.
_Desprazer em conhecê-lo. _Disse Patrícia antes de se levantar e sair da mesa, dando um ultimo olhar cortante para Olivier, que afinal era o responsável pelo “primo”. Devia desculpas.
_Pati espera! _Disse Olivier correndo atrás da moça, parecendo entender o recado visual.
Ela andava depressa, mas parou quando percebeu que era um pedido de Olivier.
_Olha Oli, eu gosto muito de ti e da Anne, mas não vou ficar perto desse teu primo. _Disse Patrícia. _Eu vou respeitá-lo porque ele é primo de vocês, porque se não, eu nem ficava mais na mesma mesa que ele.
_Desculpa, ele é assim meio sem jeito com as pessoas. _Disse Olivier, rindo de vergonha, tentando limpar a imagem de Juca com a amiga.
_E de onde ele veio heim? Tu nunca falou dele pra gente, apareceu assim do nada. _Disse Patrícia. _Ele veio sozinho?
_Ele veio... Sozinho não, ele veio de... ele veio com... com... com meus pais, isso. Ele veio com meus pais. _Disse Olivier o que conseguiu pensar na hora.
_E cadê eles? Não era pra eles estarem aqui? _Perguntou Patrícia.
_Era sim, mas eles estavam cansados da viagem e preferiram ficar descansando. _Disse Olivier.
_Esse Juca deveria ter feito o mesmo, ficado em casa descansando. _Disse Patrícia.
_Ele gosta de festas. _Tentou Olivier.
_Tanto faz. _Disse Patrícia. _Eu vou pegar algo pra beber no bar vem comigo?
_É que o Juca tá sozinho lá na mesa e... _Começou Olivier.
_E nada, ou ele tem medo de ficar sozinho? _Disse Patrícia. _Ele tem ciúmes?
_NÃO, claro que não. _Gritou Olivier.
_Hei, calma Oli, só perguntei, nada de mais. _Disse Patrícia assustada com a reação de Olivier.
_Bobeira Pati, porque ele iria ter ciúmes. _Riu sem graça Olivier.
_Brincadeira. _Disse Pati ainda percebendo algo de estranho em Olivier que parecia nervoso e inquieto. _Tu vem ou não?
Olivier olhou para mesa onde Juca estava e pensou: “Uma saidinha rápida não vai fazer mal, daqui a pouco eu volto. É melhor correr o risco do que deixar que todos descubram a verdade”.
_Não vamos demorar não né? _Perguntou Olivier.
_Não, é rápido. A gente vai lá pega as bebidas e volta. _Disse Patrícia oferecendo sua mão para Olivier. _Que coisa com esse primo também. Parece que tu prefere ficar com ele do que comigo.
“Claro que sim” Pensou Olivier.
_Claro que não. _Disse Olivier.
Marina e Roberto haviam acabado de chegar. Acompanhados por Clarice e Paulo, todos muito elegantes logo foram levados aos seus lugares reservados bem a frente do palco. Logo atrás deles vinham Eleonor e Theodor trazendo Louísa aos seus pés. A garota estava trajando um lindo vestido rosa curto, tomara que caia, o cabelo preso no alto deixava a moça bem alta e elegante ao mostrar a nuca nua. A garota mal chegou e já correu o olho pelo salão e logo avistou Anne sentada perto do bar sozinha, como que automático seu olho logo procurou Rafael que estava no exato extremo oposto também sentado sozinho e rápido percebeu Louísa que a festa já tinha começado sem ela. No caminho enquanto o duende a levava juntamente com seus pais até a mesa da família, Louísa passou ao lado de Piedra e João e o garoto gritava de dor e Piedra tampava os ouvidos fingindo não ouvir, aquilo soava como mais umas das brigas ridículas do casal e não passava de piada para Louísa, motivo pra ela rir de alegria. Começar a noite se divertindo. Já acomodada e sob o olhar vigilante do pai Louísa mais uma vez vigiava os lugares e olhava para Anne quando viu Olivier e Patrícia aproximarem dela, Anne chorava e os dois tentavam consolá-la.
_Essa festa está ótima! _Disse Louísa dando gargalhadas.
_Do que tu tá rindo guria? _Perguntou Theodor duramente.
_Ah papai, dessa festa maravilhosa que o senhor me trouxe. Não está linda? _Disse Louísa rindo.
_Que bom filhinha, mamãe fica feliz por ti. _Disse Eleonor. _Não disse Theodor, nossa filha está bem, ela está ótima, só precisava ver mais pessoas, conhecer gente nova, não aqueles garotos lá da rua. Eles fazem mal a ela.
_Eleonor não seja tão ingênua, essa menina precisa de disciplina, não é possível que ela te engane dessa maneira. _Disse Theodor pela milésima fez a Eleonor. _Ela aprontou nesses últimos dias, colocou uma foto da nossa vizinha nas páginas de todas as revistas do país, invadiu a privacidade da moça. _Disse Theodor.
_Eu estou ouvindo papai. _Avisou Louísa, que aprecia distraída com outras coisas, mas estava de ouvidos abertos na conversa dos pais, que cochichavam.
_Que bom né Louísa. _Disse Theodor.
_Uma assassina. _Disse Eleonor.
_Fala baixo Eleonor! _Ordenou Theodor. _A Anne está aqui nessa festa, não quero que nenhum vizinho nosso se sinta mais ofendido com esta família do que já estão. Os Pinho Medeiros já não olham na nossa cara pelo fato que aconteceu com a menina Patrícia.
_Viciada. _Disse Eleonor.
_Eleonor. _Advertiu Theodor.
_Eu não entendo como tu pode ficar contra nossa filha e defender um bando de marginais, uma assassina e uma viciada. _Disse Eleonor.
_Tudo graças a tua filha. _Disse Theodor.
_Nossa filha. _Disse Eleonor.
_Infelizmente. _Disse Theodor desanimado.
_Eu não tenho nada haver com a Anne ser uma assassina, o problema é dela pai. _Disparou Louísa em sua devesa.
_É teu sim, isso faz parte do passado da moça, que já cumpriu a pena dela e agora tenta levar uma vida normal. _Disse Theodor. _Mas mesmo assim tu insiste em ficar perseguindo, tirando foto, revelando a vida dela pro jornais.
_Vida normal, namorar um garoto de 20 anos? _Disse Louísa.
_Inveja tua e da tua mãe, que não podem fazer o mesmo. _Disse Theodor. _Tu ainda com a idade que tem, parece ser bem mais velha do que ela com os seus 30.
_Isso é plástica meu amor. Tu acha que ela ia passar assim até hoje com essa carinha de neném? _Disse Eleonor. _Isso ai morre na grana, deve ter gastado uma nota pra manter a aparência.
_Ouvi falar o contrario. _Disse Theodor. _Ela nunca fez uma cirurgia plástica se quer, tudo natural. Dizem que quando ela foi presa, adormeceu psicologicamente e fisicamente, e saiu assim, do jeito que entrou.
_Aberração. _Disse Eleonor. _O pior é ter que conviver com esse tipo de gente no nosso ambiente familiar.
_Ambiente familiar. _Zombou Theodor. _Tua filha é quase linchada quando sai na rua e teu ambiente é familiar. Se aviste Eleonor! Olha pro teu primeiro pra depois falar dos outros.
Louísa acompanhava com os ouvidos a conversa dos pais, mas não interferia. Estava curtindo a festa como podia, sentada esperando o show começar. O que mais lhe chamava a atenção era o garoto sentado sozinho em uma mesa RESERVADA PARA A FAMÍLIA DEVILLE, dizia a plaquinha. Quem era o garoto? Ela pesquisou, sabia que Olivier não tinha um irmão e sim uma irmã, Marceline. Louísa passava as tardes procurando em revistas e jornais histórias sobre a sua vizinha assassina e assim descobriu toda sua vida, a internet ajudou um pouco também. Louísa sabia o nome de cada um da família, a biografia separada de cada um na ponta da língua, mas nada que mencionasse um garoto com provavelmente a mesma idade de Olivier. Quem poderia ser? Essa era a pergunta que não saia da cabeça de Louísa enquanto ela encarava o garoto tentando recordar se algum fato havia lhe passado despercebido pela pesquisa. Por que não descobrir?
_Mãe, vou dar uma volta por ai, ok? _Disse Louísa sorrindo ignorando Theodor completamente.
_Que história é essa, tá me vendo aqui não garota? _Disse Theodor rispidamente.
_Mãe, tu ouviu algum zumbidinho por aqui? _Disse Louísa. _Acho que foi um mosquito que passou. Que tipo de festa é essa, vou falar com aquela idiota da Lourd...
Theodor levantou num pulo da mesa e agarrou o braço da filha o puxando para perto dele, a mesa balançou nos quatro pés e ameaçou cair se Eleonor não a tivesse segurado, mas o arranjo caiu no chão e chamou a atenção de todos ao redor que olharam para ver o que havia se quebrado
_Escuta aqui guria, se tu pensa que vai aprontar dessa vez e ninguém vai fazer nada pra impedir, a senhora está muito enganada. Tenha o mínimo de amor, por ti mesma já que não tem por ninguém, e não faça nada de errado, porque se eu souber que um copo aqui caiu e se quebrou por sua causa, eu não vou pensar duas vezes em te mandar pra longe daqui. E nem pense que vai pro Rio passar uns tempos com tua vó não, tu vai direto para uma clínica para doentes mentais. Pra tu perceber que não é o fato de ninguém gostar de ti que pode sair por ai, magoando e pondo a vida das pessoas em risco. _Disse Theodor nervoso segurando o braço de Louísa com força, enquanto todos olhavam o sermão. _Agindo assim, ninguém vai gostar mais de ti, mas sim o contrário, cada dia que passa, cada maldade que tu apronta, as pessoas te odeiam mais, eu te odeio mais. Se comporte Louísa, para o teu bem, eu estou te avisando pela última vez como pai e pelo respeito que ainda me resta por ti, fique aqui sentada, por favor!
_Mãe, por favor! _Pedia Louísa de olhos fechados pra não ter que encarar o pai.
_Theodor, largue a menina agora! Olha o vexame. _Disse Eleonor escondendo o rosto com a bolsinha que carregava a tira colo.
_Mas Eleonor, ela vai apron... _Começou Theodor.
_Theodor, querido. _Disse Eleonor. _A menina só quer dar uma volta pelo salão. Tu não quer que ela faça novas amizades? Então, como tu quer que ela seja mais sociável se tu a proíbe, impõe regras, limites. Até eu já estaria maluca.
_Tu já é maluca Eleonor, criou essa guria errado desde pequena. _Disse Theodor soltando o braço de Louísa com rispidez. _Vai! Pode ir, mas não diga que eu não avisei. Dessa vez eu falo sério. Eu te dei não só uma, mas várias oportunidades, não desperdice a ultima.
_Toda vez tu fala que é sério pai, e nunca fez nada,. _Disse Louísa antes de deixar a mesa sob o olhar dos outros convidados. _ Tua dor, é gostar de mim incondicionalmente, me amar. Mesmo que tua razão diga pra não fazer.
Lourdes vinha correndo como uma velocista.
_Que se passa aqui? _Perguntou Lourdes quando chegou ofegante a mesa. _Vim de pressa, me avisaram que vocês estavam brigando, o que aconteceu? Pelo amor da virgenzinha, nada de barracos na minha festa!
_Nada Lourdes, desculpe o transtorno. É só uma pequena desavença de família, mas já está tudo resolvido. Minha filha deve estar por ai se divertindo. _Disse Theodor sem graça.
_A Louísa veio? _Perguntou Lourdes assustada. _Que horror!
_O quê? _Perguntou Eleonor sem entender.
Theodor ouviu muito bem e baixou a cabeça de vergonha, colocando a mão na testa.
_Eu quis dizer, maravilha. Que bom que a filha de vocês veio para fiesta. Natal é família. _Sorriu Lourdes sem graça pelo deslize. _está tudo bem então, precisam de alguma coisa?
_Não. Muito obrigada Lourdes. _Disse Eleonor sorridente.
_Então com licença! Tenho que supervisionar a entrada, parece que tá tendo una pequena confusão de novo por lá. _Disse Lourdes sorrindo. _Com licença.
_Á vontade querida. _Disse Eleonor também sorridente. Um sorriso falso na verdade, mas um sorriso.
Lourdes foi elegantemente cumprimentando todos pelo caminho até a entrada do salão conversar com o responsável pela equipe de segurança da festa.
_Olha, eu posso ter problemas aqui dentro a qualquer minuto, quando yo chamar o senhor manda alguns de seus hombres entrarem rapidamente. _Ordenou Lourdes.
_Mas e o hall, vai ficar sozinho? _Perguntou o segurança engravatado.
_Se vira! Chama reforço, liga pra policia, chama os parentes, sei lá. Mas quando eu te chamar lá dentro, pode vir correndo porque eu vou precisar de ajuda. _Disse Lourdes. _A minha filha pode sair machucada.
_Sim senhora, quando quiser é só me avisar. _Disse o segurança.
_Formoso! _Disse Lourdes.
Anne já havia parado de chorar, mas ainda se queixava da briga com Rafael para o sobrinho e a amiga.
_Se ele quiser que venha me pedir desculpas. _Disse Anne decidida.
_Tia, você não acha que tá sendo criança demais não. _Disse Olivier. _Isso ele falou sem pensar, saiu sem querer.
_Ele me magoou. _Disse Anne.
_É verdade Oli, o Rafa não precisava ter falado isso pra ela, se ele não quer levar ela falasse. _Disse Patrícia.
_Vamos parar com isso? _Pediu Olivier. _Ele tem motivos o bastante pra não querer que você vá jantar na casa dele tia, justamente por isso, pra te proteger, porque todo mundo sabe que você é uma assassina, sim. Isso é fato. Tu já ouviu as histórias que ele conta sobre essa tal de Ana Maria, a mulher é uma bruxa. Ele não quer te expor, só isso. Não é porque ele tem vergonha, é porque ele não gosta da Ana nem dos irmãos dele, só isso. Mesmo se não tivesse você como namorada acho que ele não levaria nenhum de nós pra lá, nem ele quer ficar lá.
_Isso é verdade Anne, eu conheço o Rafa desde pequena e nunca fui a casa dele quando essa Ana estava lá, só vi ela de distância mesmo. _Disse Patrícia.
_Viu? _Disse Olivier.
_Será? _Duvidou Anne.
_Tia, tu que insistiu demais, numa coisa muito difícil pra ele, ele tem problemas com a família, não com você. Não pira! _Disse Olivier.
_Eu não pirei, só me senti ofendida, hora bolas! Não posso agora? Tenho que ouvir ele falar que é difícil namorar uma assassina e pronto? _Disse Anne chorosa. _Eu sou um ser humano pôxa! Eu sei que é difícil me namorar, dá medo, a imprensa fica em cima, todo mundo comenta, mas eu sei disso, sei o porquê, não precisa ficar jogando na cara.
_Realmente, não precisava dizer isso. _Concordou por fim Olivier. _Mas depois eu converso com ele e a gente resolve tudo.
_Ele não vai vir atrás de ti. Eu conheço o Rafa, se tu não for conversar com ele, provavelmente vocês vão ficar sem conversar até o natal ou mais. _Disse Patrícia. _Ele é muito orgulhoso.
_Eu também não vou atrás dele, ele me ofendeu primeiro. _Disse Anne virando o rosto.
_Ai vocês dois! _Disse Olivier. _Tá difícil assim Pati, o que a gente faz?
_Não sei. _Disse Patrícia.
_Cadê o teu namor.. O Juca. Cadê o Juca? _Perguntou Anne, se atrapalhando.
_Tá lá na mesa sozinho esperando, vamos voltar Patrícia, ele já tá sozinho a um tempão. _Disse Olivier preocupado em deixá-lo a mesa esperando.
_Eu não vou voltar sozinha pra mesa com aquele guri não. _Disse Patrícia. _Desculpa Anne e Oli, mas aquele guri tem problemas sérios. Ele me lembra a Louísa, me dá até arrepios.
_Porque Pati, o quê que ele fez? _Perguntou Anne.
_Então vamos fazer assim: Fica aqui Pati com minha tia, que eu vou procurar o Rafa pra falar com ele e ver se ele vem até aqui resolver isso, já volto. _Disse Olivier.
_Tá bem, enquanto isso eu conto pra tua tia o que ele fez, o teu primo Juca. _Disse Patrícia.
_Ok, já volto. _Disse Olivier.
O menino caminhou a passos largos e esperava encontrar Rafael no caminho para lhe falar, mas o que queria mesmo era chegar a mesa depressa, para conversar um pouco com Juca, teu namorado. Sem sorte ele não achou o amigo Rafael pelo caminho e ao chegar à mesa Juca já não estava mais e para surpresa dele quem ocupava os lugares na mesa era sua família. Alice, Luis e Marceline estavam lindamente sentados, bem comportadamente. Alice quando percebeu o filho se aproximar se pôs a chorar e não teve forças para se levantar para abraçar Olivier. Marceline correu e abraçou o irmão bem forte que também se sentiu emocionado e culpado porque horas antes disse que preferiria ser filho único, e como poderia ter dito tal barbaridade? Ele amava sua família, em especial tua irmã, acho que a distância o fez esquecer o quanto eles valiam a pena, o quanto eles eram importantes. Por fim Alice toda molhada abraçou o filho apertado e marceline ainda estava grudada nos teus joelhos.
_Pai, me ajuda aqui, eu vou cair. _Sorria Olivier, que tinha dificuldades para se equilibrar, já que Alice e Marceline o apertavam com tanta força.
_Hei querida, solte ele um pouco, ele vai cair. _Disse Luis sorridente. _Marceline deixe seu irmão respirar, tu vai poder abraçar ele muito ainda.
_Não quero mais. _Disse Marceline soltando o irmão. _Já matei minha saudade, e pra que tanta choradeira mãe? Ele continua o mesmo Olivier de sempre, estava longe, agora a gente tá perto, já está tudo bem, não precisa chorar mais, agora tem que ficar feliz.
Marceline dava tapinha nas costas da mãe a fim de consolá-la. Luis riu.
_Minha filha, sua mãe está bem, ela está feliz por ver teu irmão, só isso. _Disse Luis sorrindo.
Alice se soltou devagar de Olivier e olhou o filho nos olhos.
_Mãe a senhora está toda borrada, se recomponha mulher! _Disse Olivier segurando o choro.
_Agora vem cá dá um abraço no teu pai. _Pediu Luis.
Olivier se aproximou e abraçou o pai, como não fazia há muito tempo. Que abraço gostoso, apertado, quente, carinhoso, mudo, sem nenhuma rima, mas o mais puro dos poemas. É, mas as coisas bonitas duram pouco Olivier, acorda e dá uma olhadinha na realidade, pura e crua.
Olivier pareceu me ouvir e agarrado ao pai, abriu os olhos devagar e por cima do ombro de Luis ele viu Juca conversando com Louísa.
PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO! PERIGO!
Faça alguma coisa Oli, esses dois juntos não são boa coisa, é pior que misturar Coca-Cola com Mentos. Chame a polícia! Mande a Lourdes chamar os seguranças, Chame os amigos para ajudar, chame Anne Marrie! Não sei, chame quem você quiser, mas faça alguma coisa, teu futuro está em jogo e alguma coisa me diz que quem vai perder é você.
Veja no próximo capítulo:
Será que Olivier vai conseguir se livrar dos pais, sem contar pra eles sobre Juca?
O que será que Juca e Louísa estão conversando?
Rafael e Anne vão se entender até o final da festa?
Será que a mão de João já parou de doer?
Quem será que vai ganhar o prêmio de melhor decoração de jardim natalino?
Veja as respostas no próximo capítulo! Ou não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário